Intitulada Viradas Antropológicas Contemporâneas: teoria, campo e método, a 13a edição da Semana de Antropologia, que acontecerá entre 2 e 5 de março de 2015comemora os 10 anos do PPGAS-UFRN e tem o propósito de discutir e refletir sobre os efeitos de teorias e críticas que apareceram mais fortemente nos últimos 30 anos (e que não coincidem plenamente com pós-estruturalismo ou o pós-modernismo na antropologia). Trata-se de um amplo e difuso conjunto de movimentos ligados ao desenvolvimento de programas teórico-metodológicos, tais como a ecologia, a teoria ator-rede, a virada ontológica ou a antropologia pós-social. Nem opostos, tampouco homogêneos, pode-se dizer que eles são, em alguma medida e especialmente vistos a partir de contextos etnográficos específicos - solidários entre si. Daí de se perceber que alguns nomes emblemáticos de alguns desses segmentos, como os de Tim Ingold, Marilyn Strathern, Philippe Descola, Roy Wagner ou Bruno Latour, facilmente aparecerem associados, seja para unir forças, como para produzir contrapontos. De um modo ou outro, eles aqui são configurados como inspiradores de tendências que formam uma espécie de virada na antropologia contemporânea. Discutir, avaliar e refletir sobre os efeitos dessa virada em temos de teoria, campo e método na antropologia, são os objetivos centrais dessa XIII Semana de Antropologia, da UFRN.

Desde a sua criação, em 2000, O Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DAN-UFRN) organiza anualmente esse evento. Trata-se de uma atividade que se destina a discutir temas e questões relevantes e atuais para a disciplina, cumprindo assim o duplo papel de apresentadora de desafios e possibilidades da disciplina, em sua dinâmica de campos, temas, métodos e teorias, bem como o de fomentar a reflexão crítica e analítica acerca de dilemas contemporâneos com os quais a antropologia se envolve. 

Tradicionalmente, a Semana de Antropologia é organizada a partir de temáticas contempladas nas linhas de pesquisa do PPGAS. Porém, em 2015, a escolha de um tema geral tem a pretensão de promover análises de diferentes matizes teóricas, metodológicas e de diversos campos do fazer antropológico através do debate sobre os efeitos de teorias e críticas dos últimos 30 anos e suas implicações e desdobramentos à Teoria Antropológica e no ofício do antropólogo. As temáticas contempladas nas linhas de pesquisa do PPGAS e nos interesses de pesquisas de seus docentes serão contempladas através da problematização dos mesmos em referência crítica a essa chamada “virada antropológica” e as possibilidades de (re)leituras de conceitos e temas e campos clássicos e contemporâneos da antropologia como: agência, natureza, cultura, alteridade, gênero, crime, cibercultura, consumo, animais, território, paisagem, ambiente, cultura popular, memória, museus, cidades, socialidade, simetria, humanos e não humanos, redes, dentre outros.